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A dúvida

Chegou o momento, uma nova viragem, ou uma passagem não sei.
Mudar tudo novamente, mas continuar na mesma linha de trabalho. Se uma vez ia quase às cegas, agora vou totalmente sem ver.
Começo a ter o nó no estômago e começo a pensar se foi a melhor solução que se poderia ter encontrado. Tenho o receio de quem sente puder estar a adiar o futuro de alguém, mas ao mesmo tempo, a necessidade de não puder adiar o meu. É injusto, sim, mas a vida é por si só injusta.
Quando não nos controlamos e não conseguimos ter a humildade de assumir os nossos erros, somos arrestados por uma maré de incongruências muito grande, uma imensidão de olhares turvos e desprovidos de alicerces. Cai o mundo e suspende-se e a respiração. É hora de seguir em frente e enfrentar as Tormentas do mau olhado.
O caminho vai ser longo, e ponho em causa se estarei a altura do desafio. Mas não ver ter tempo se quer para pensar muito sobre o assunto. Dói-me a alma de saber que alguém vai ficar sem chão. Pela primeira vez, sinto estar a ter um ato extremamente egoísta, mas ao mesmo tempo, quero compensar aqueles que fizeram alguma coisa por mim.
Sei que para alguns, perder para mim, é pior do que perder tudo o que se tem, mas não fiz por mal, fiz o meu trabalho. Se estou a ser compensada por isso, não faço ideia, se me estão a por à prova, é uma possibilidade. Talvez dure um mês, talvez dure um ano, não faço ideia.
Estou expectante em relação à situação, mas não quero já sofrer por antecipação (mas ao mesmo tempo também é difícil, pois as circunstâncias também não me dão a acalmia que esperava.

Não sei bem o que pensar, nem o que sentir, mas o tempo fará com que as dúvidas se desvaneçam. Só o tempo o dirá.

(Nota: Não quis escrever segundo o novo acordo ortográfico, mas a correção automática não me permite escrever de outra forma...).

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