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A mostrar mensagens de 2015

Saudades do que fui... Vontade do que serei

Mais de um ano passou quando a minha vida mudou totalmente. Ria, festejava, animava tudo e todos, estava sempre rodeada de gente, sentia a gente. Mas tudo mudou. Hoje sinto que me tornei numa pessoa, estranhamente calma, sozinha, afundada num mundo de medos e de solidão. Com vontade de se apaixonar, e quase que uma fobia a ser amada. Alguém que afasta quem a quer, alguém que não se sente bem em lugar nenhum, alguém que precisa de si tanto quanto precisa do outro. Apetece-me desaparecer sem voltar a traz. Ir para onde não me conhecem, sentir o que não preciso sentir,, reessuscitar. Não sei porque desapareci, principalmente para mim. Não sei porque me entrego e me magoou, por rio, quando afinal quero chorar. Vivo eternamente de recordações, e elas vão-me mantendo viva. Não acabo com tudo, porque não sei quem tomará conta da minha pequena. Ela é quem ainda me faz sorrir, ela é quem ainda me faz acreditar, que talvez um dia eu volte a ser como antes.

A dúvida

Chegou o momento, uma nova viragem, ou uma passagem não sei. Mudar tudo novamente, mas continuar na mesma linha de trabalho. Se uma vez ia quase às cegas, agora vou totalmente sem ver. Começo a ter o nó no estômago e começo a pensar se foi a melhor solução que se poderia ter encontrado. Tenho o receio de quem sente puder estar a adiar o futuro de alguém, mas ao mesmo tempo, a necessidade de não puder adiar o meu. É injusto, sim, mas a vida é por si só injusta. Quando não nos controlamos e não conseguimos ter a humildade de assumir os nossos erros, somos arrestados por uma maré de incongruências muito grande, uma imensidão de olhares turvos e desprovidos de alicerces. Cai o mundo e suspende-se e a respiração. É hora de seguir em frente e enfrentar as Tormentas do mau olhado. O caminho vai ser longo, e ponho em causa se estarei a altura do desafio. Mas não ver ter tempo se quer para pensar muito sobre o assunto. Dói-me a alma de saber que alguém vai ficar sem chão. Pela primeira vez,

Intempéries dos indigentes

Passam anos, passam pessoas, passam momentos, passa tudo... Mas as memórias ficam. À um ano trás tudo mudou, a persistência do ser desmascarou o malogrado sentimento de poder e invencibilidade. Destruíram-lhe a alma, deram cabo da confiança, tiraram-lhe a dignidade, lavaram-lhe a alma de nojo e ódio. Deixaram o chão fugir e cair em  desgraça. Ninguém saberia ao certo a sensação do tempo, Ninguém saberia o amargo da desilusão. Ninguém compreenderia a sujidade da alma e o desagrado da insurreição. E agora nada poderia ser feito, nada poderia ser mudado. Pediam-lhe que segui-se em frente e despejavam-lhe os argumentos de quem não sabia do que falavam - falar e saber não é sentir e viver- ninguém percebeu isso, ninguém quis continuar a desgraçado do MalAmem. Agora deixem-na cair na tentação dos corpos, imundos de injurias e insatisfação. Façam-lhe a vontade, e deixem cair os anjos, deixei-se levar pelas trevas, e encarnei-nem no que são - pedaços de carne. A descrença no ser humano não

Récitas de mim mesma

O incentivo à maldade não faz parte daquilo que sou. Sou puro e desgovernada. Não vejo maldade nem segundas intenções em ninguém. 90 % das vezes engano-me, mas não me arrependo,porque ao contrário dos outros, eu dei-lhes a oportunidade de serem bons por um momento. Alguém desconfiava do dia-a-dia, mas não eram capazes de dizer o porquê. A hora a que se levantavam não tinha sentido, e a misericórdia era um bicho estranho, que te torcia as entranhas. Era desgovernada. Sábia e astuta - Parva, dizendo a bom da verdade. Assoberbada pela pacatez dos homens, industrializada pela civilização acabado. não sabia quem era, não fazia ideia das sombras. Não lia o que escrevia. As palavras saiam como laivos de Sol e Chuva, caindo rosto abaixo, sobre a camisa transpirada de alma penitente. Não sabia se ao chorar lavava os outros, mas a si não. Ficava nojenta de paixão, e não sabia o que fazer com os detalhes de uma figura desconhecida.  Valeria a pena perder tempo a encaixar palavras para os outro

Afinal era mentira

Quando pensamos que não nos voltam a enganar, eis que nos enganamos. Recuando uns tempos para trás, eu tinha tudo: tinha uma vida animada, um grupo dimensional de amigos, profissionalmente esta tranquila, tinha o meu espaço, pouco era o que me incomodava. Passados uns tempos, e no estado actual: os dedos de uma mão chegam-me para contar os amigos, a vida resume-se a trabalho-casa-trabalho-casa, profissionalmente conto os dias para o fim (a Arqueologia para mim acabou), estou num espaço "emprestado", nem tempo tenho para viver. Sinto-me uma pessoa frustrada, de quem nada espera da vida, e muito menos das pessoas. Não consigo compreender como se perde tudo em tão pouco tempo. Não me lembro da última vez que jantei, não me lembro da última vez que cozinhei, não me lembro da última vez que sorri. Aceitei um trabalho, porque a antecessora teria ficado doente. Pin-huts . Dou de caras com um barco de baixo de água, e a pedirem-me para que ressuscita-se os mortos que estavam