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Afinal era mentira

Quando pensamos que não nos voltam a enganar, eis que nos enganamos.

Recuando uns tempos para trás, eu tinha tudo: tinha uma vida animada, um grupo dimensional de amigos, profissionalmente esta tranquila, tinha o meu espaço, pouco era o que me incomodava.

Passados uns tempos, e no estado actual: os dedos de uma mão chegam-me para contar os amigos, a vida resume-se a trabalho-casa-trabalho-casa, profissionalmente conto os dias para o fim (a Arqueologia para mim acabou), estou num espaço "emprestado", nem tempo tenho para viver.

Sinto-me uma pessoa frustrada, de quem nada espera da vida, e muito menos das pessoas. Não consigo compreender como se perde tudo em tão pouco tempo. Não me lembro da última vez que jantei, não me lembro da última vez que cozinhei, não me lembro da última vez que sorri.

Aceitei um trabalho, porque a antecessora teria ficado doente. Pin-huts. Dou de caras com um barco de baixo de água, e a pedirem-me para que ressuscita-se os mortos que estavam lá de baixo. Cheguei a um beco sem saída. Não quero prejudicar ninguém, mas estou em vias de ter de o fazer. E quando isso acontecer, muita cabeça irá rolar, e a minha não vai no rol, não vou deixar.

Aos anos que sou usada como carne para canhão, a nível profissional. Cansei. Venham outros e resolvam. Já limpei merda a mais que não era minha. Agora quem a fez que a limpe. e mais não digo.

Concluindo: todos mentem e poucos são sinceros.

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