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Afastada por perto

Típico da minha pessoa, e só posso, como sempre, pedir desculpa por esta demorada ausência. Nada foi em especial, mas as vidas mudam, as prioridades arrastam-se, e quando damos por nós, somos escravos de um tempo que anda mais depressa que as horas.

Não querendo fazer da minha vida o espelho de nada, mas usando pequenos truques do dia a dia para demonstrar a passividade que caracteriza cada um de nós.

Não era minha vontade incitar à rebelião, ou criticar o estado actual das coisas (aliás, a política têm-me mostrado como é boa a destruir famílias), mas num singelo acto de reflexão, olhemos por essa Europa fora, e o que vemos?? Revolta, luta, manifestações insatisfação. Em Portugal? Uma greve geral marcada à quase 2 meses, que quase ninguém se lembra que vai acontecer.

Os espanhóis revoltam-se contra as elevadas taxas de desemprego, os gregos contra um défice exorbitante, os franceses, são os melhores, porque lhes vai ser aumentada a idade de reforma dos 60 para os 62 - querem um melhor exemplo de passividade nosso - por acaso quando a idade de reforma portuguesa aumentou, não foi dos 60 para os 65, ou é engano meu? Como está o nosso défice afinal. vamos ter o FMI cá??? Desemprego? Contam 10% (penso eu), mas alguém pensa naqueles que nem estão inscritos no Centro de Emprego, ou por não saberem, ou porque andam com um livro azul, que insistem chamar de recibos verdes, e que não entram para a estatística???

Peço desculpa se ferir as susceptibilidades, mas existiu um homem com razão neste país à beira-mar sentado (e relaxado) - António de Oliveira Salazar dizia "Fado, Fátima e Futebol". Portugal pára para ver um jogo de futebol, não para ver um debate político. Portugal pára para ver um Papa que vem celebrar umas missas magnânimos com o dinheiros dos não católicos (porque os católicos não se devem importar), com regras de segurança que nós não temos nas ruas. O Fado, porquê o fado nos nossos dias - Verão - pode não ser fado, mas vejam as filas para um festival de verão, ou para um qualquer concerto de música (estou a lembrar o burburinho com os U2, e eu nem desgosto).

Afinal quem tem as prioridades mal definidas - o governo ou nós?? Se calhar os dois, porque queiramos nós ou não, ganhem muito ou pouco, também fazem parte do povo, cometem os mesmos erros que nós, só que em quantidades astronómicas...

Não mudemos de mentalidade, mudemos de estrategia... Façamos tudo como agora, mas de forma rentavel.... Jogo de futebol, metade dos bilhetes para o social... Fátima, a Igreja a começar a fazer aquilo para que foi desenvolvida... Fado, para além da nossa sina, aposta na Cultura, ainda é dos poucos sectores com lucros...

Não bato mais do ceguinho, mas hoje apeteceu-me... Não é revolta, é um rir de quem já perdeu a vontade de se revoltar, porque um, ao contrario do que dizem, não faz grande coisa... Vou virar a passividade e ver quando alguém age, e quando deixam de criticar quem fala, quem trabalha, quem faz...

Frase de despedida só pode ser:

Fado, Fátima e Futebol (seja ou não esta a ordem)

Comentários

  1. Eu desculpo-te pela demora :)
    A mim parece-me que é mesmo a mentalidade das pessoas que deve mudar. Se cada um fosse pró-activo quanto baste, este país já tinha mudado. E não somente em políticos ou patrões, mas mesmo pelo mais "comum dos mortais". Pelo que vejo, parece-me que as pessoas preferem ficar em casa a receber o subsídio de desemprego do que ir trabalhar para um lado qualquer. É verdade que a vida não está fácil, mas quem tiver pro-actividade consegue o sucesso nas suas vidas. E nem é preciso ser muito esperto. Tive um professor de contabilidade que costumava dizer que "o dinheiro corre nas valetas, nós só temos é de saber como o apanhar", e de facto tenho que lhe dar muita razão. E tenho exemplos bem claros disso. No entanto também tenho que ser sincero, por vezes é mesmo complicado e quase impossível arranjar trabalho a alguns tipos de pessoas que, pelas mais diversas razões, têm efectivamente dificuldade em arranjar emprego. Nesses casos, tenho que dar a mão à palmatória, não é possível conseguir arranjar um emprego e contribuir para um melhor país e uma melhor vida de todos.
    Por fim, e porque isto já é um comentário que já é maior que muitos dos posts do meu blog, tenho que deixar aqui escrito que gosto das tuas ideias... :)
    Beijocas grandes

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  2. Bigado pelo post.
    Às vezes sabe bem ver que aquilo que escrevemos (penso ser inútil) possa ser partilhado por mais alguém. Mas sabes o que é mais triste, neste caso em particular? É saber que muitos concordo, alguns penso da mesma forma, mas poucos concretizam a ideias.
    Penso que foi ontem que vi uma revista, um artigo sobre as várias formas de estudantes por essa Europa fora, e o papel importante na conquista de direitos. Sabes qual tinha sido o nosso protesto de destaque? Uma medalha com kkl coisa entregue ao Mariano Gago no inicio das aulas. Não é preciso violência, mas nós ridicularizamos-nos sozinhos, não precisamos da ajuda de ninguém. Mas o número de pessoas a participarem naquele protesto ainda tornou tudo mais caricato, se comparado com outros países.

    Mas é daqueles assuntos que por mais que se critique, e seguindo a moda tuga, vai ficar na mesma... Passividade...

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